A Igreja

COMO TUDO COMEÇOU

O Povoado
Para o exercício de atos civis e religiosos, as famílias eram obrigadas a atravessar a floresta por uma estreita trilha aberta a golpes de facão, até a Capela de Brotas numa distância de aproximadamente 50 quilômetros viajando em lombo de burro ou a pé. Cogitou-se, então, na criação de um povoado, onde pudesse se construir uma capela e um cemitério ao menos. Com esse propósito reuniram-se moradores da região na casa de Lúcio de Arruda Leme. Isso aconteceu em determinado dia do ano de 1853.

Criou-se uma comissão composta por:

Bento Manoel de Maraes Navarro,

Tenente Manoel Joaquim Lopes,

Capitão José Ribeiro de Camargo e

Francisco Gomes Botão.

E Após outra reunião, ficou certo que a Capela fosse construída à margem esquerda do rio Jaú e também a esquerda do córrego da Figueira e ainda que a área do povoado teria 40 alqueires. Então, em partes iguais, Francisco Gomes Botão e Tenente Manoel Joaquim Lopes doaram as terras.
A Primeira Capela

No dia 29 de março de 1852 o vigário de Brotas, Paulo Francisco de Paula Camargo, informava ao Presidente da Província que na sua freguesia encontrava-se em construção uma pequena capela no local denominado Jahu, à margem direita do Tietê.

Foram abertas duas clareiras: uma para a capela (onde atualmente encontra-se a Matriz) e outra para o cemitério (onde encontra-se a escola Major Prado).

O Dia da Assunção foi o escolhido para a celebração da primeira missa nessa capela, que era um simples rancho de pau-a-pique coberto com folhas de jeribá.

Bento Navarro seguiu para Itu onde adquiriu a imagem de Nossa Senhora do Patrocínio e a fez transportar através de um banguê até o povoado.

No dia 15 de agosto de 1853, o padre Francisco de Paula Camargo celebrou a missa com a participação da comunidade local e posteriormente benzeu o cemitério.

 

O primeiro pároco de Jahu, padre Joaquim Feliciano de Amorim Sigar e o Capitão José Ribeiro de Camargo demarcaram as ruas do povoado, que rapidamente cresceu. No entanto, o Povoado de Nossa Senhora do Patrocínio do Jahu necessitava de uma melhor acomodação para o exercício da fé católica.

 
Capela Curada
Logo após três anos depois de fundada, Jahu já aparecia no Mapa Eclesiástico da Diocese de São Paulo, pois em 3 de maio de 1856, a capela do povoado foi declarada curada.
Segunda Capela
A construção de um novo templo foi cogitada para atender ao progresso do povoado e acolher a comunidade católica. Ergueu-se, então uma capela feita de madeira para substituir a primeira que fora demolida. Essa capela foi construída pelos falecidos Capitão José Ribeiro de Camargo e Bento Navarro, sendo que este último além do serviço prestado na construção da capela existente legou a terça parte de seus bens para a construção de uma nova igreja mais duradoura. Nessa época, Jahu contava com aproximadamente dois mil habitantes e foi elevado à categoria de distrito.
O Terceiro Prédio
  O legado de Bento Navarro tornou possível o início da construção de um templo de tijolos, mais amplo, moderno e imponente. Foi encarregada das obras a seguinte comissão:  

Tenente Lourenço de Almeida Prado,

Tenente Antonio Manoel de Moraes Navarro,

Antonio Batista de Carvalho,

Antonio Benedito Campos de Arruda e

Florêncio Francisco da Silva.

A construção do terceiro templo iniciou-se em 1868. O material era transportado através de carros-de-boi e vinha de locais distantes, o que tornava trabalhoso e demorado o processo de construção. Materiais como cal, folhas de zinco e mármore, eram comprados em Rio Claro, que os encomendava na Província.

Mesmo sendo significativa, a doação póstuma de Bento Navarro não era o suficiente para o término das obras, o que fez com que as autoridades municipais fizessem várias solicitações junto ao governo da província, que forneceu quatro contos de réis para a retomada das obras. No entanto, os recursos ainda mostravam-se insuficientes, o que levou a Câmara da Vila do Jahu incluir no Código de Posturas diversos tributos especiais sobre a produção agrícola do lugar. “Assim, por arroba de café, fumo, algodão e açúcar que se exportasse, pagar-se-ia o imposto de 40 réis; 200 réis por cabeça de gado e 100 réis por cabeça de porco.”

Essa medida possibilitou a continuação das obras, que foram concluídas pelo padre José Firmino dos Santos no ano de 1888.

Porém, aquele templo não mais satisfazia as necessidades e as exigências do progresso local.